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O Conceito de Gozo em Lacan e a Máquina Capitalista do Sofrimento

O Conceito de Gozo em Lacan e a Máquina Capitalista do Sofrimento

Se há um conceito psicanalítico que ecoa como uma navalha na carne da experiência cotidiana, esse conceito é o gozo em Lacan. E não é à toa que ele é um dos mais discutidos e debatidos na psicanálise: ele revela algo profundamente incômodo sobre nós mesmos e sobre o mundo em que vivemos.

Gozo, nesse contexto, não se confunde com prazer. Pelo contrário, ele opera como uma espécie de travessia sombria do desejo, um mecanismo que nos empurra além do princípio do prazer freudiano. É aquela repetição compulsiva, aquele retorno insistente do que tentamos recusar, mas que, teimosamente, nos assombra. Como uma porta giratória entre prazer e desprazer, o gozo nos prende no ciclo infernal daquilo que nos faz sofrer, mas que, de alguma forma, também nos dá sentido.

Agora, ampliemos esse conceito para a realidade em que estamos imersos. O capitalismo — essa gigantesca máquina de exploração e alienação — funciona exatamente como um grande operador de gozo. Ele nos faz acreditar que o consumo, o sucesso individual, a produtividade incessante são caminhos para a felicidade. Mas o que encontramos ao final da linha? Ansiedade, depressão, um mal-estar sem nome. Queremos nos livrar da lógica destrutiva do trabalho alienado, das jornadas exaustivas, da precarização da vida — mas tudo isso retorna, travestido de "empreendedorismo", de "propósito", de "autorrealização".

O gozo capitalista está no vício da exploração: ele faz com que o próprio sofrimento seja desejado, como se fosse necessário para "ser alguém". Mesmo quando rejeitamos esse sistema, ele nos captura de outras formas — na frustração, no burnout, na culpa de não produzir o suficiente, na ilusão de que basta mudar a si mesmo para mudar o mundo. Como um sintoma, esse gozo capitalista ressurge de formas sutis e perversas, fazendo-nos esquecer que o verdadeiro inimigo não está dentro de nós, mas nas estruturas que nos cercam.

Lacan nos ensina que o gozo está sempre ali, no sintoma, no que não pode ser dito. Mas ele também abre um caminho: o da subversão. Ao desmascarar o gozo imposto pelo sistema, podemos começar a imaginar um mundo em que o prazer não seja uma mercadoria, em que o desejo não esteja acorrentado ao lucro, em que possamos, enfim, gozar contra o capital — e não para ele.

  1. Lacan
  2. Conceito de Gozo
  3. Psicanálise
  4. Travessia sombria do desejo
  5. Princípio do prazer freudiano
  6. Capitalismo
  7. Exploração e alienação
  8. Consumo e produtividade incessante
  9. Sofrimento capitalista
  10. Subversão e subversão do gozo.

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Categorias Principais: Capitalismo Psicanálise

Subcategorias: Crítica Social Exploração Sociologia