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A armadilha do identitarismo e o avanço do fascismo: uma reflexão necessária

A armadilha do identitarismo e o avanço do fascismo: uma reflexão necessária

Vivemos tempos confusos, em que a política parece cada vez mais um jogo de espelhos onde a direita distorce a realidade para criar inimigos imaginários e justificar seu avanço. No meio dessa guerra ideológica, muitas pessoas, mesmo aquelas que não compactuam com a extrema direita, acabam comprando a narrativa de que as pautas progressistas e identitárias estão "destruindo a sociedade". Mas de onde vem essa ideia?

A confusão deliberada entre esquerda e identitarismo

Uma das grandes armadilhas da política atual é a confusão entre esquerda radical e pautas identitárias fragmentadas. Essa confusão não acontece por acaso – é resultado de um projeto político muito bem estruturado, que começou a se consolidar fortemente nos Estados Unidos.

Nos EUA, o espectro político sempre foi extremamente limitado, praticamente um teatro de fantoches entre dois partidos que defendem essencialmente os mesmos interesses capitalistas. O Partido Democrata e o Partido Republicano compartilham um mesmo objetivo: manter a hegemonia imperialista dos EUA sobre o mundo. A diferença? Os democratas fazem isso com uma bandeira arco-íris na mão, enquanto os republicanos fazem isso com um rifle. Para quem está na América Latina, historicamente esmagada por golpes e intervenções patrocinadas por ambos os partidos, essa distinção importa pouco.

Dentro desse cenário, a esquerda foi sendo reduzida à defesa de pautas identitárias específicas – não porque essas lutas sejam irrelevantes, mas porque a fragmentação impede uma ação revolucionária unificada. O foco passou a ser a mera sobrevivência dos grupos oprimidos dentro do capitalismo, e não sua libertação da estrutura que os oprime.

Essa neutralização das lutas revolucionárias tem um efeito perigoso: permite que a extrema direita cooptize setores da sociedade que poderiam ser aliados na luta contra o capitalismo. Isso acontece porque, em vez de reconhecerem o sistema como o inimigo, muitas pessoas passam a ver os próprios movimentos progressistas como uma ameaça.

A cultura do pânico e a fabricação de inimigos

O medo é a arma favorita do fascismo. Ele precisa de um inimigo claro e fácil de ser odiado. Nos últimos anos, esse inimigo tem sido as pessoas trans, as feministas, os movimentos negros e qualquer grupo que reivindique direitos fundamentais.

Nos EUA, esse pânico se expressa de maneira absurda. Políticos e influenciadores de extrema direita fazem campanhas massivas contra uma suposta "invasão trans" no esporte feminino, mesmo quando os dados mostram que essa "ameaça" é uma invenção. Um exemplo emblemático disso é o propagandista Ben Shapiro, que tentou produzir um "documentário" sobre homens cisgênero fingindo ser mulheres para competir em esportes femininos. O problema? Eles não encontraram nenhum caso real que sustentasse a narrativa. Ou seja, precisaram inventar um filme de ficção para justificar o medo que querem incutir na população.

Essa mesma estratégia de desinformação acontece no Brasil. Termos como "lacração" e "cultura woke" são jogados ao vento como se fossem responsáveis pelo aumento do custo de vida, pelo desemprego ou pela violência urbana. No entanto, a realidade é que quem detém o poder continua sendo a elite financeira, os grandes conglomerados de mídia e o Estado repressor. O resto é cortina de fumaça.

A resposta anarquista: unidade na luta de classes

A esquerda radical não pode cair na armadilha da fragmentação e da disputa entre identidades isoladas. A luta contra a opressão de gênero, de raça e de sexualidade deve ser parte da luta maior contra o sistema capitalista. Isso não significa ignorar as opressões específicas, mas sim entender que elas fazem parte de um projeto maior de dominação.

Os bolcheviques já compreendiam isso no início do século XX. Na União Soviética revolucionária, por exemplo, as mulheres não apenas conquistaram o direito ao aborto precocemente, mas também viram a criação de creches públicas, restaurantes populares e medidas que visavam socializar o trabalho doméstico. Não se tratava apenas de “garantir direitos”, mas de mudar a estrutura da sociedade para que as opressões não pudessem mais se reproduzir.

O mesmo princípio se aplica hoje: enquanto as lutas contra racismo, misoginia e transfobia forem apenas batalhas individuais por inclusão dentro do sistema, elas seguirão sendo facilmente neutralizadas. O neoliberalismo adora a política baseada no indivíduo, porque sabe que indivíduos isolados não têm força para derrubar estruturas.

A resposta anarquista para esse cenário é clara: união da classe trabalhadora para combater todas as formas de opressão, sem cair no jogo da burguesia, que quer nos dividir para continuar governando.

É preciso reconhecer que o fascismo se alimenta do medo, e que a melhor maneira de enfrentá-lo não é pelo moralismo ou pelo cancelamento, mas pela construção de uma alternativa real e revolucionária. Ou nos organizamos enquanto classe, ou continuaremos assistindo à ascensão do terror reacionário.

Lutar contra a opressão sem lutar contra o capitalismo é enxugar gelo. O único caminho possível é a revolução.

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