Guia de Conceitos Essenciais do Anarquismo
Publicado em 23/11/2025
Publicado em 23/11/2025
Um episódio banal expõe uma doença de época. Num grupo de WhatsApp, uma mulher em posição de liderança sofre um ataque gordofóbico. A mensagem fica lá, horas, à vista. Ninguém reage. Mais tarde, surgem as justificativas em coro: “vi, mas já era tarde”; “perdi o timing”.
Publicado em 28/10/2025
A aposta de subverter o sistema por dentro ignora uma verdade fundamental: o jogo não se vence, ele transforma o jogador. Esta é a anatomia de uma armadilha política, onde a máscara se torna o rosto e a revolução, um ato no espetáculo.
Publicado em 24/10/2025
Um texto curto, escrito há quase 150 anos, continua a ser um dos pilares da crítica marxista ao anarquismo e uma justificativa para as estruturas autoritárias que viriam a definir o "socialismo realmente existente". "Sobre a Autoridade", de Friedrich Engels, é um texto astuto, mas fundamentalmente falho, que confunde coordenação com autoridade e, ao fazê-lo, abre as portas para a perpetuação da dominação, mesmo sob uma suposta bandeira socialista. Como anarquistas, não nos calamos perante essa confusão. É hora de desmontar seus argumentos e reafirmar nossa visão de uma sociedade livre.
Publicado em 07/09/2025
Um mapa conceitual do pensamento e da práxis de Malatesta, oferecendo critérios estratégicos para uma esquerda antiautoritária contemporânea.
Publicado em 02/09/2025
"Se não formos nós a nos reconectar com a Terra, o capitalismo o fará com concreto."
Publicado em 18/05/2025
Carl Gustav Jung é, sem dúvida, uma das figuras mais intrigantes da psicologia moderna. Seu trabalho atravessa o inconsciente coletivo, os arquétipos, o processo de individuação, e influencia não apenas a clínica, mas também a arte, a religião e a cultura popular. Mas me pergunto: à luz de uma perspectiva libertária, o que se esconde nas entrelinhas da obra de Jung?
Publicado em 28/04/2025
A tradição da Teoria Crítica, inaugurada pela Escola de Frankfurt, legou ao pensamento radical um diagnóstico insuperável das patologias da modernidade. Desde a sua formulação programática, ela assumiu um compromisso explícito com a emancipação humana — a busca por uma sociedade livre da dominação. Contudo, esse mesmo rigor analítico a conduziu a um impasse filosófico, uma aporia que limitou sua capacidade de articular uma práxis transformadora concreta.
O cerne dessa paralisia reside na "Dialética do Iluminismo". Adorno e Horkheimer observaram um paradoxo aterrador: o projeto iluminista, que visava libertar a humanidade da superstição através da Razão, forjou, ao contrário, novas e mais eficientes formas de barbárie. A origem dessa tragédia foi localizada na relação primordial de dominação da humanidade contra a natureza. Para sobreviver, a espécie desenvolveu uma atitude objetificadora, uma "razão instrumental" focada unicamente no cálculo, controle e dominação. O problema, como a história demonstrou, é que essa lógica não se limita a rios e florestas; ela se volta para dentro, transformando-se em dominação social. A razão, despojada de valores, torna-se uma mera ferramenta para atingir fins, quaisquer que sejam. Nas palavras sombrias de Adorno, "nenhuma história universal leva da selvageria ao humanitarismo, mas há uma que leva do estilingue à bomba de megatoneladas".
Este texto argumenta que, enquanto a Teoria Crítica forneceu o diagnóstico definitivo da dominação pela razão instrumental, é o anarquismo social que oferece a práxis política, a visão construtiva e a base ética necessárias para superar essa aporia, movendo o projeto emancipatório do pessimismo analítico para a transformação concreta.
Publicado em 28/10/2024
Há um mantra que se espalhou feito mofo em parede úmida: “tudo é relativo”. Quando viramos a esquina da modernidade para a pós-modernidade, a desconfiança virou estilo, a ironia virou método e a certeza virou vergonha. Só que, do ponto de vista de quem luta para derrubar hierarquias materiais — estado, capital, patriarcado, racismo — essa rendição ao “vale tudo” intelectual tem custo político.
Publicado em 01/09/2024
Toda forma de poder começa pela pretensão de ordem. O estruturalismo foi a tentativa moderna de transformar essa pretensão em ciência — mapear o mundo como um sistema fechado de relações, onde até o humano seria decifrável por regras fixas.
Publicado em 13/10/2023