Piotr Kropotkin: Ciência, Comunismo e Apoio Mútuo
"Como faremos uma sociedade onde todos comam até saciar-se? Garantindo primeiro o pão; o veludo e a porcelana virão depois."
Publicado em 12/04/2022
"Como faremos uma sociedade onde todos comam até saciar-se? Garantindo primeiro o pão; o veludo e a porcelana virão depois."
Publicado em 12/04/2022
Karl Marx, em sua análise da sociedade capitalista, parte da relação entre proprietários e não proprietários dos meios de produção para caracterizar a formação das classes sociais. Essa divisão, segundo ele, é a primeira forma da divisão do trabalho, onde de um lado estão os trabalhadores, que produzem, e do outro, os proprietários, que se apropriam privadamente da produção. Essa relação de exploração e dominação é o cerne da dinâmica social capitalista, que Marx analisa através da dialética, um método que permite ir além das aparências e revelar as contradições profundas da sociedade.
Publicado em 15/03/2022
A arte sempre foi um espaço de disputa entre liberdade e opressão, entre a criação e a reprodução mecânica do existente. Em suas Lições de Estética, Hegel rompe com a visão reducionista da arte como mera imitação da natureza e nos oferece uma perspectiva revolucionária: a arte não copia o real, mas o revela.
Para Hegel, a arte é a manifestação sensível da verdade. Mas o que isso significa? Que a arte não é um simples reflexo do mundo material, nem uma ilusão vazia, mas sim um meio pelo qual o espírito humano se reconhece e se expressa. A arte não se subordina ao naturalismo ou à mimese; ela é um ato criativo que dá forma ao pensamento.
Publicado em 17/12/2021
O legado de Ivan Pavlov (1849-1936), originalmente fincado nos estudos sobre os reflexos digestivos caninos, transcende os limites do laboratório para iluminar mecanismos sutis de controle comportamental na sociedade. Sua descoberta seminal do condicionamento clássico—o processo pelo qual um estímulo neutro, repetidamente associado a um estímulo incondicionado, passa a evocar uma resposta condicionada—oferece uma lente perspicaz para analisar a internalização de normas e ritmos no ambiente produtivo. Se nos experimentos pavlovianos os cães salivavam ao som de um sino prenunciando a alimentação, na esfera social contemporânea, observamos a internalização de comportamentos reflexivos que moldam a experiência da classe trabalhadora, muitas vezes à revelia da crítica consciente.
Publicado em 29/10/2021
Sigmund Freud, o pai da psicanálise, nasceu em 1856, filho de uma família judaica de classe média. Sua trajetória esteve longe de ser uma ascensão tranquila ao reconhecimento: passou anos abrindo enguias na tentativa frustrada de encontrar seus órgãos reprodutivos, promoveu a cocaína como remédio milagroso – apenas para descobrir que estava enaltecendo um vício destrutivo – e enfrentou perseguições e crises internas que moldaram sua própria angústia existencial.
Foi nesse contexto que ele desenvolveu a psicanálise, uma tentativa de compreender as engrenagens ocultas do desejo humano e os mecanismos de repressão impostos pela sociedade. Seu marco inicial, A Interpretação dos Sonhos (1900), inaugurou um campo de investigação que não só abalou a moral burguesa da época, mas também revelou as fissuras profundas que sustentam a ordem social.
Publicado em 21/09/2021
O conceito de modos de produção é central na teoria marxista, pois ele nos permite entender como as sociedades humanas se organizam para produzir e reproduzir suas condições materiais de existência. No entanto, há muitas interpretações equivocadas sobre o que são os modos de produção e como eles se relacionam com a história. Neste verbete, vamos explorar o que são os modos de produção, como eles funcionam e por que Marx nunca propôs uma teoria geral sobre a sucessão histórica dos modos de produção.
Publicado em 27/06/2021
Albert Bandura é uma figura incontornável na psicologia moderna. Suas teorias sobre a aprendizagem social, a autoeficácia e o modelamento do comportamento moldaram parte significativa da educação, da psicoterapia e até das estratégias de propaganda corporativa.
Bandura, ao contrário dos behavioristas clássicos, reconheceu a importância da cognição na aprendizagem. Não somos apenas produtos de reforços externos; observamos, imitamos, internalizamos. Há liberdade? Há agência? Talvez. Mas, numa sociedade capitalista e hierárquica, essas mesmas capacidades se tornam armas contra nós mesmos. Bandura forneceu, ainda que sem intenção explícita, o manual para uma forma mais sofisticada de controle social.
Publicado em 28/04/2021
Se nossa vida é uma série de escolhas individuais, por que tantas dessas decisões seguem padrões previsíveis? Se a liberdade é a regra, por que nossos gostos, nossas profissões e até nossos corpos são tão fortemente influenciados pelo meio em que crescemos? Pierre Bourdieu, sociólogo francês, nos oferece uma chave para essa contradição: o conceito de habitus.
Publicado em 03/04/2021
Nos anos 1940, os filósofos Theodor Adorno e Max Horkheimer lançaram uma crítica feroz à produção cultural sob o capitalismo. Em Dialética do Esclarecimento, eles denunciaram como a arte e a cultura haviam sido transformadas em mercadorias dentro do sistema industrial. O nome dado a esse fenômeno foi Indústria Cultural – um conceito essencial para entender como o capitalismo não apenas explora o trabalho, mas também molda as consciências.
O capitalismo não se contenta em dominar os meios de produção; ele também busca controlar os meios de pensamento. E para isso, a cultura de massa desempenha um papel fundamental.
Publicado em 09/01/2021
David Hume, um dos grandes filósofos do empirismo, desmonta a ideia de que a moralidade é algo racional, transcendental ou divino. Para ele, a moral surge da experiência, dos sentidos, das emoções, das paixões. Nada de dogmas, nada de verdades universais esculpidas em pedra. A ética, em sua visão, não é um conjunto de regras lógicas frias, mas um campo subjetivo, moldado pela nossa própria natureza e pelo contexto em que vivemos.
Publicado em 17/10/2020