Vivemos em uma sociedade que nos ensina, desde cedo, que ser homem significa ser forte, inabalável, impenetrável. A masculinidade é vendida como um pacote fechado, onde não há espaço para fraqueza, para vulnerabilidade, para algo que se aproxime daquilo que nos torna humanos. E o resultado disso? Homens solitários, incapazes de construir laços verdadeiros, aprisionados em suas próprias muralhas emocionais.
Sim, existem exceções. Existem companheiros que desafiam essa norma, que sabem o que é intimidade, que constroem relações de camaradagem e afeto. Mas sejamos realistas: a amizade entre homens, da forma como deveria ser – genuína, profunda, baseada na partilha de dores e sonhos –, é um fenômeno raro. Para cada homem que pode dizer que tem um verdadeiro amigo, há pelo menos oito que, no fundo, sabem que não têm.
Isso não é um fracasso individual. Não é sobre um ou outro ser menos capaz de se conectar. É um sintoma de algo maior, um reflexo direto de um conflito estrutural: o que a sociedade exige que um homem seja está em contradição com o que é necessário para cultivar uma amizade autêntica.
Publicado em 14/09/2014
O conceito de capital é um dos pilares centrais da obra de Karl Marx, especialmente em O Capital. No entanto, ele é frequentemente mal compreendido ou reduzido a ideias simplistas, como "capital é dinheiro" ou "capital são máquinas e prédios". Neste texto, vamos explorar o que Marx realmente entende por capital, utilizando trechos do Capítulo 4 de O Capital, onde ele discute a forma geral do capital e o processo de valorização do valor.
Publicado em 29/07/2014
O eu está sempre em guerra consigo mesmo. Essa é a condição fundamental da existência humana: o conflito interno, a tensão entre desejo e repressão, entre impulso e ideal, entre aquilo que queremos e aquilo que nos é imposto. A ideia de um eu unificado, coerente, que caminha sempre ao lado de si mesmo, não passa de uma ficção conveniente, uma ilusão imposta pelo discurso dominante.
Publicado em 03/07/2013
Falar de anarquismo sempre causa um certo impacto. Para muita gente, a ideia de uma sociedade sem governo soa como caos absoluto, mas isso só acontece porque fomos condicionados a pensar que a única forma de organização possível é aquela baseada em hierarquias rígidas e instituições centralizadoras. No entanto, a história e a teoria anarquista mostram que existe outro caminho.
Publicado em 01/06/2013
A abolição do dinheiro. Por que precisamos dele? Por que não precisamos? Como ele funciona e como poderíamos construir uma sociedade funcional sem ele? Vamos desconstruir essa ideia e explorar como uma economia baseada na partilha e no apoio mútuo pode ser não apenas viável, mas também libertadora.
Publicado em 09/02/2013
Quem somos nós? A identidade que carregamos é real ou apenas uma construção imposta pelo mundo? O psicanalista Jacques Lacan, influenciado por Freud, trouxe em 1936 uma teoria que desafia a ideia de um "eu" unificado e autêntico. Para ele, a identidade que acreditamos ter é uma ilusão—um reflexo que esconde nossa verdadeira subjetividade.
Publicado em 08/12/2012