Errico Malatesta: Método, Organização e Estratégia para Além de um Século
Um mapa conceitual do pensamento e da práxis de Malatesta, oferecendo critérios estratégicos para uma esquerda antiautoritária contemporânea.
Publicado em 02/09/2025
Um mapa conceitual do pensamento e da práxis de Malatesta, oferecendo critérios estratégicos para uma esquerda antiautoritária contemporânea.
Publicado em 02/09/2025
A imagem do caos. O quebra-quebra irracional. A bomba fumegante. Esta é a caricatura que o poder dominante, através de seus aparelhos ideológicos, meticulosamente construiu e vendeu para você sobre o anarquismo. Não é por acaso. Reduzir uma das tradições intelectuais e práticas mais ricas da esquerda a um simples sinônimo de desordem é um ato de contra-insurgência ideológica. É uma manobra covarde para deslegitimar a pergunta mais perigosa que pode ser feita: por que devo obedecer?
A autoridade, em qualquer forma que se apresente, (do Estado ao patrão, do patriarca ao policial) deve carregar eternamente o ônus da prova. Ela deve demonstrar, a cada dia, sua legitimidade e necessidade. Se falhar, deve ser desmantelada. Esta é a proposição fundamental do anarquismo, não um apelo ao vazio, mas sim a uma ordem radicalmente diferente.
Publicado em 07/09/2023
A Biopolítica, na esteira da análise foucaultiana, é o conceito-chave para entender como o poder opera na modernidade tardia. Em termos simples, ela representa a transformação na maneira como as estruturas de domínio controlam a existência humana. Antes, o poder do rei ou do Estado era exercido fundamentalmente pelo direito de tirar a vida — a pena de morte, a guerra, o castigo soberano. Foucault chamou isso de poder de "fazer morrer ou deixar viver".
A Biopolítica, porém, inverte essa lógica. O foco do poder não é mais a morte, mas a gestão da vida. O Estado e o Capital passam a administrar e otimizar a vida das pessoas em escala massiva, tratando a população como uma espécie biológica a ser regulada. O poder agora se define pelo direito de "fazer viver e deixar morrer". Ele se concentra em promover e prolongar a vida (através de políticas de saúde, natalidade, longevidade) apenas na medida em que essa vida é útil e produtiva, reservando o abandono ou a morte (o "deixar morrer") para aqueles que são considerados um risco, um custo ou um desvio. A vida biológica torna-se, assim, um objeto de cálculo e controle.
Publicado em 13/06/2023
O Confederalismo Democrático é um modelo de governança que permite a autogestão das comunidades de forma descentralizada e sem a necessidade de um Estado centralizado. Inspirado pelos escritos de Murray Bookchin e formulado pelo líder curdo Abdullah Öcalan, esse sistema já foi implementado em regiões como Rojava, no norte da Síria, oferecendo um exemplo prático de como sociedades podem se organizar horizontalmente.
Publicado em 11/06/2022
"Como faremos uma sociedade onde todos comam até saciar-se? Garantindo primeiro o pão; o veludo e a porcelana virão depois."
Publicado em 12/04/2022
O anarquismo, muitas vezes mal compreendido e distorcido, é frequentemente associado ao caos, à desordem e à violência. No entanto, como Edgar Rodrigues destaca em seu texto Anarquismo à Moda Antiga, essa visão é fruto de uma profunda ignorância e de uma campanha de desinformação que busca descredibilizar uma das filosofias mais humanistas e igualitárias já concebidas. O anarquismo não é uma utopia ingênua, nem uma catástrofe iminente; é uma proposta concreta de organização social baseada na liberdade, na solidariedade e na igualdade.
Publicado em 05/09/2015
A falência absoluta dos projetos de esquerda do século XX — do comunismo estatal ao keynesianismo, passando pela democracia local comunitária — não foi um acidente histórico. Ela se explica pela contradição estrutural entre hierarquia e emancipação. O comunismo degenerou em capitalismo de Estado; o welfare state dependia da força fiscal de nações que foram desmanteladas pelo mercado global; e a democracia local, embora bem-intencionada, revelou-se impotente diante da escala planetária do capital.
Publicado em 12/01/2015
A ideia de que um local de trabalho precisa de um chefe para funcionar é um mito profundamente enraizado na sociedade capitalista. Mas será que realmente precisamos de uma estrutura hierárquica para que as coisas sejam feitas? A resposta do anarquismo é um enfático "não". Em vez disso, propomos um modelo de democracia no local de trabalho, onde as decisões são tomadas coletivamente pelos próprios trabalhadores. Vamos entender como isso funciona na prática.
Publicado em 31/10/2014
O anarquismo é uma ideologia difícil de definir, pois suas raízes estão espalhadas por diversos movimentos ao longo da história, desde os taoístas na China Antiga até as experiências contemporâneas de autogestão no Curdistão sírio. Em essência, o anarquismo representa uma oposição universal a todas as formas de autoridade coercitiva — política, econômica e social — ao mesmo tempo que afirma a liberdade e a igualdade em todas as esferas da existência humana.
Embora o termo tenha sido historicamente usado de forma pejorativa, no final do século XVIII William Godwin foi um dos primeiros a definir o anarquismo como uma ideologia política distinta. Durante o século XIX, o pensamento anarquista se expandiu e ganhou relevância, acompanhando o crescimento dos movimentos operários e socialistas.
Publicado em 29/12/2013
O 1º de Maio, hoje reduzido a um feriado domesticado por governos e sindicatos institucionais, carrega em suas raízes um levante anarquista e insurrecional. A data, celebrada globalmente como "Dia do Trabalho", não nasceu de decretos ou acordos políticos, mas das ruas de Chicago, onde trabalhadores armados de faixas e sonhos libertários desafiaram o capital em 1886. A história oficial apaga, mas nós lembramos: o 1º de Maio é filho da bomba de Haymarket, da traição do Estado e do sangue dos mártires que ousaram lutar por "8 horas para viver, 8 horas para dormir, 8 horas para o que quisermos".
Publicado em 21/11/2013