Vivemos sob o domínio de um sistema que nos ensina a temer nossos próprios afetos. O capitalismo, em sua ânsia por controle e eficiência, nos quer disciplinados, produtivos, racionais. Nos quer engrenagens de uma máquina, não seres humanos vibrantes, emocionados, afetados uns pelos outros. E isso não é de hoje. Há séculos, a lógica ocidental tem tentado submeter as paixões à razão, criando uma dicotomia entre pensamento e sentimento, mente e corpo, masculinidade e feminilidade.
No pensamento libertário e anarquista, desfazer-se de dogmas e estruturas opressivas é essencial. Guilherme de Occam, filósofo e teólogo do século XIV, trouxe uma ferramenta filosófica que se mantém atual: a Navalha de Occam, princípio que afirma que as entidades não devem ser multiplicadas além da necessidade. Em outras palavras, entre duas explicações igualmente eficazes, a mais simples deve ser preferida.
Nos vendem a ilusão de que podemos ser tudo. "Se esforce e conquiste!" dizem. Mas, quando nos deparamos com a realidade, percebemos que não seremos um novo Steve Jobs, uma estrela do rock ou um líder revolucionário aclamado por multidões. Então, o que fazemos? Paramos. Travamos. Procrastinamos.
A cultura do capitalismo tardio enfiou na nossa cabeça que, se não somos os melhores, então não valemos nada. Mas essa é uma lógica cruel, construída para nos manter frustrados e alienados, sempre buscando uma perfeição inatingível e nos sentindo incapazes. O capitalismo cria ícones inalcançáveis – gênios, milionários, artistas prodígios – e nos força a comparar nossas vidas ordinárias com esses mitos. E, quando falhamos nessa comparação, nos paralisamos.
O fascismo nunca desapareceu – ele apenas trocou as botas por ternos bem cortados. No capítulo 3 de Antifa: O Manual Antifascista, o historiador Mark Bray analisa como a extrema-direita se adaptou aos tempos modernos, abandonando o estereótipo do skinhead violento e assumindo uma postura mais "respeitável". Agora, os fascistas não marcham apenas nas ruas – eles ocupam cadeiras no parlamento, manipulam a mídia e espalham sua ideologia através de intelectuais e influenciadores.
Mas se o fascismo mudou de tática, o antifascismo também precisou evoluir. O que antes era um enfrentamento direto contra gangues neonazistas agora se tornou uma luta contra partidos políticos, think tanks e figuras públicas que, sob o disfarce de conservadorismo e nacionalismo, promovem o mesmo discurso de ódio, racismo e autoritarismo.
O amor materno, essa ideia romantizada e vendida como um instinto natural, é na verdade um construto social que reflete a necessidade do capitalismo de manter corpos produtivos e reprodutivos em ordem. Desde cedo, a mulher é condicionada a acreditar que seu papel primordial é gestar, nutrir e proteger. Mas o que acontece quando essa narrativa não se sustenta?
O fascismo não morreu. Ele apenas se metamorfoseou — trocou as botas militares por ternos de grife, substituiu os discursos inflamados em praça pública por algoritmos de redes sociais e think tanks financiados por bilionários. Mas sua essência permanece a mesma: o culto à autoridade, o ódio à liberdade e a obsessão por controlar os corpos e as mentes.
Umberto Eco, em O Fascismo Eterno, nos oferece uma bússola para navegar esse pesadelo político. Não se trata apenas de lembrar Mussolini ou Hitler, mas de reconhecer os traços do fascismo em qualquer época, em qualquer lugar — inclusive no presente. Como anarquistas, sabemos que o Estado, o capital e a hierarquia são os pilares que sustentam essa máquina de opressão. E, como diria Malatesta, o fascismo é a face mais brutal do Estado quando ele se sente ameaçado.
Abaixo, desmontamos as 14 características do Ur-Fascismo, não como um exercício acadêmico, mas como um manual de sobrevivência. Porque, como bem lembrava Lucy Parsons: "Nunca implore por justiça. Pegue-a."
Se a Propaganda pelo Ato mostra que o sistema teme quem não pede permissão, a Ação Direta Não Violenta (ADNV) revela algo ainda mais perigoso aos olhos do poder: quem resiste sem se dobrar e sem agredir, mas também sem recuar.
A pergunta "O que é capitalismo?" está no cerne de muitos debates contemporâneos. E não é para menos: vivemos em uma sociedade capitalista. Mas o que isso realmente significa?
Quem somos nós? A identidade que carregamos é real ou apenas uma construção imposta pelo mundo? O psicanalista Jacques Lacan, influenciado por Freud, trouxe em 1936 uma teoria que desafia a ideia de um "eu" unificado e autêntico. Para ele, a identidade que acreditamos ter é uma ilusão—um reflexo que esconde nossa verdadeira subjetividade.
A ajuda mútua é um dos pilares fundamentais da resistência e sobrevivência dentro do sistema capitalista. Mas por onde começar? Muitas vezes, a dificuldade está em dar o primeiro passo. Pensando nisso, compilamos cinco passos essenciais para iniciar um projeto de ajuda mútua em sua comunidade.