O capitalismo nos ensinou a acreditar que mudança só vem por vias "civilizadas": voto, protesto pacífico, petição online. Mas e quando o sistema é tão podre que palavras não bastam? É aí que entra a Propaganda pelo Ato – a ideia de que ações diretas, muitas vezes radicais, podem incendiar a consciência coletiva e abrir caminho para a revolução.
No início do século XIX, Mikhail Bakunin, um dos pensadores mais radicais e provocadores do anarquismo, já alertava sobre as promessas não cumpridas da democracia representativa e do sufrágio universal. Em seu texto A Ilusão do Sufrágio Universal, Bakunin desmonta a ideia de que o voto e a participação em eleições são capazes de garantir a liberdade e a justiça social. Para ele, o sufrágio universal é uma ilusão que, longe de emancipar o povo, acaba por reforçar as estruturas de dominação e opressão.
Mikhail Bakunin, um dos mais influentes teóricos do anarquismo, não economizou palavras ao denunciar a aliança entre Igreja e Estado como os principais pilares da dominação sobre a humanidade. Para ele, ambas as instituições não passam de abstrações criadas para mascarar o verdadeiro objetivo: manter o controle sobre a sociedade, perpetuar a desigualdade e impedir qualquer possibilidade de emancipação real.
Em tempos em que o poder do Estado se fortalece sob justificativas democráticas e a Igreja se reinventa para continuar influenciando a moral social, a crítica de Bakunin permanece mais atual do que nunca.
Mikhail Bakunin não foi apenas um pensador revolucionário, mas um verdadeiro incendiário das estruturas autoritárias. Figura central no anarquismo do século XIX, sua trajetória é marcada pela insurreição, pela prisão e pelo embate ferrenho contra os pilares do poder.