Ecoanarquismo e o Fim do Mundo Como o Conhecemos: Uma Perspectiva Além do Colapso
"Se não formos nós a nos reconectar com a Terra, o capitalismo o fará com concreto."
Publicado em 18/05/2025
"Se não formos nós a nos reconectar com a Terra, o capitalismo o fará com concreto."
Publicado em 18/05/2025
A tradição da Teoria Crítica, inaugurada pela Escola de Frankfurt, legou ao pensamento radical um diagnóstico insuperável das patologias da modernidade. Desde a sua formulação programática, ela assumiu um compromisso explícito com a emancipação humana — a busca por uma sociedade livre da dominação. Contudo, esse mesmo rigor analítico a conduziu a um impasse filosófico, uma aporia que limitou sua capacidade de articular uma práxis transformadora concreta.
O cerne dessa paralisia reside na "Dialética do Iluminismo". Adorno e Horkheimer observaram um paradoxo aterrador: o projeto iluminista, que visava libertar a humanidade da superstição através da Razão, forjou, ao contrário, novas e mais eficientes formas de barbárie. A origem dessa tragédia foi localizada na relação primordial de dominação da humanidade contra a natureza. Para sobreviver, a espécie desenvolveu uma atitude objetificadora, uma "razão instrumental" focada unicamente no cálculo, controle e dominação. O problema, como a história demonstrou, é que essa lógica não se limita a rios e florestas; ela se volta para dentro, transformando-se em dominação social. A razão, despojada de valores, torna-se uma mera ferramenta para atingir fins, quaisquer que sejam. Nas palavras sombrias de Adorno, "nenhuma história universal leva da selvageria ao humanitarismo, mas há uma que leva do estilingue à bomba de megatoneladas".
Este texto argumenta que, enquanto a Teoria Crítica forneceu o diagnóstico definitivo da dominação pela razão instrumental, é o anarquismo social que oferece a práxis política, a visão construtiva e a base ética necessárias para superar essa aporia, movendo o projeto emancipatório do pessimismo analítico para a transformação concreta.
Publicado em 28/10/2024
A falência absoluta dos projetos de esquerda do século XX — do comunismo estatal ao keynesianismo, passando pela democracia local comunitária — não foi um acidente histórico. Ela se explica pela contradição estrutural entre hierarquia e emancipação. O comunismo degenerou em capitalismo de Estado; o welfare state dependia da força fiscal de nações que foram desmanteladas pelo mercado global; e a democracia local, embora bem-intencionada, revelou-se impotente diante da escala planetária do capital.
Publicado em 12/01/2015