O Confederalismo Democrático é um modelo de governança que permite a autogestão das comunidades de forma descentralizada e sem a necessidade de um Estado centralizado. Inspirado pelos escritos de Murray Bookchin e formulado pelo líder curdo Abdullah Öcalan, esse sistema já foi implementado em regiões como Rojava, no norte da Síria, oferecendo um exemplo prático de como sociedades podem se organizar horizontalmente.
A obra Como as Democracias Morrem, de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, emergiu como um marco fundamental para entender os desafios contemporâneos enfrentados pelas democracias em todo o mundo. Em um contexto global marcado por crises políticas, polarização crescente e o ascenso de líderes autoritários, os autores oferecem uma análise profunda dos mecanismos pelos quais regimes democráticos podem ser subvertidos de dentro para fora. Este texto busca explorar os principais argumentos do livro, trazendo exemplos atuais que corroboram suas teses e destacando a relevância da obra para o debate político contemporâneo.
Quando Alexis de Tocqueville publicou Democracia na América em 1835, sua intenção não era apenas louvar o modelo democrático dos Estados Unidos, mas também expor suas contradições e seus perigos. Diferente dos liberais otimistas, Tocqueville percebeu que a democracia burguesa não era apenas um sistema de igualdade política, mas também um terreno fértil para novas formas de opressão. Ele identificou cinco problemas centrais, que continuam ressoando no presente, especialmente na fusão entre democracia e capitalismo.
A sociedade ama rótulos. Eles facilitam a ilusão de que o caos político pode ser ordenado em caixinhas bem definidas. "Esquerda" e "direita" são dois dos termos mais usados para descrever posições políticas, mas são também os mais vazios de significado real. No final das contas, são apenas construções discursivas utilizadas para reforçar o controle sobre nossas mentes e perpetuar estruturas de domínio.
No início do século XIX, Mikhail Bakunin, um dos pensadores mais radicais e provocadores do anarquismo, já alertava sobre as promessas não cumpridas da democracia representativa e do sufrágio universal. Em seu texto A Ilusão do Sufrágio Universal, Bakunin desmonta a ideia de que o voto e a participação em eleições são capazes de garantir a liberdade e a justiça social. Para ele, o sufrágio universal é uma ilusão que, longe de emancipar o povo, acaba por reforçar as estruturas de dominação e opressão.
O fascismo nunca desapareceu – ele apenas trocou as botas por ternos bem cortados. No capítulo 3 de Antifa: O Manual Antifascista, o historiador Mark Bray analisa como a extrema-direita se adaptou aos tempos modernos, abandonando o estereótipo do skinhead violento e assumindo uma postura mais "respeitável". Agora, os fascistas não marcham apenas nas ruas – eles ocupam cadeiras no parlamento, manipulam a mídia e espalham sua ideologia através de intelectuais e influenciadores.
Mas se o fascismo mudou de tática, o antifascismo também precisou evoluir. O que antes era um enfrentamento direto contra gangues neonazistas agora se tornou uma luta contra partidos políticos, think tanks e figuras públicas que, sob o disfarce de conservadorismo e nacionalismo, promovem o mesmo discurso de ódio, racismo e autoritarismo.
O fascismo não morreu. Ele apenas se metamorfoseou — trocou as botas militares por ternos de grife, substituiu os discursos inflamados em praça pública por algoritmos de redes sociais e think tanks financiados por bilionários. Mas sua essência permanece a mesma: o culto à autoridade, o ódio à liberdade e a obsessão por controlar os corpos e as mentes.
Umberto Eco, em O Fascismo Eterno, nos oferece uma bússola para navegar esse pesadelo político. Não se trata apenas de lembrar Mussolini ou Hitler, mas de reconhecer os traços do fascismo em qualquer época, em qualquer lugar — inclusive no presente. Como anarquistas, sabemos que o Estado, o capital e a hierarquia são os pilares que sustentam essa máquina de opressão. E, como diria Malatesta, o fascismo é a face mais brutal do Estado quando ele se sente ameaçado.
Abaixo, desmontamos as 14 características do Ur-Fascismo, não como um exercício acadêmico, mas como um manual de sobrevivência. Porque, como bem lembrava Lucy Parsons: "Nunca implore por justiça. Pegue-a."
A ideia de que um local de trabalho precisa de um chefe para funcionar é um mito profundamente enraizado na sociedade capitalista. Mas será que realmente precisamos de uma estrutura hierárquica para que as coisas sejam feitas? A resposta do anarquismo é um enfático "não". Em vez disso, propomos um modelo de democracia no local de trabalho, onde as decisões são tomadas coletivamente pelos próprios trabalhadores. Vamos entender como isso funciona na prática.